Desde pequeno, eu sempre fui apaixonado por video-games. Com 8 anos de idade eu ganhei um Nintendo 64 e foi amor à primeira vista. Eu jogava o dia inteiro, chamava meus amigos e primos pra minha casa e a gente ficava jogando juntos. Era muito divertido. Mesmo quando eu cresci e fui pra faculdade eu continuei jogando. No celular, no computador, sozinho ou com amigos.

Eu me formei em engenharia elétrica na Universidade Federal de Uberlândia. Sempre fui meio nerd e gostava muito de tecnologia. Queria inventar, construir, mudar. Foi também um dos motivos pelos quais eu aprendi a programar aplicativos pra celular. Naturalmente, meu primeiro estágio foi nessa área e acabei tendo a oportunidade de trabalhar numa startup na Austrália quando recebi uma bolsa de estudos. Aí eu me encontrei. As pessoas usavam cada vez mais seus smartphones, várias funcionalidades novas, melhorias estavam sempre surgindo e abriu-se um mundo de oportunidades. Eu queria ser parte daquilo.
Com essas duas paixões: jogos e tecnologia, eu ainda estava buscando meu lugar no mercado. Cheguei a trabalhar em grandes empresas como a Ambev e em startups. Também lancei um jogo de realidade virtual para dispositivos móveis que fez até um pouco de sucesso na Rússia e no Leste Europeu ( até hoje eu não sei o motivo ), mas eu ainda não sentia que estava fazendo a diferença na vida das pessoas do jeito que eu gostaria.
As coisas mudaram quando eu comecei a estudar sobre gamificação. Eu já fiz um post explicando o que é gamificação e como utilizar em treinamentos corporativos, então não vou entrar em muitos detalhes mas convido a todos a conferir. O que mais me fascinou nos meus estudos foi a possibilidade de trazer um pouco da motivação e engajamento dos jogos para dentro das empresas e ajudar os profissionais. Eu já trabalhava com uma consultoria de tecnologia e comecei a inserir a gamificação no meu trabalho. Com o tempo comecei a ser procurado por empresas com os mais diversos desafios.

Uma dessas empresas me procurou com um desafio muito interessante: eles ofereciam serviços para condomínios residenciais e comerciais e estavam com dificuldade de engajar e capacitar os seus mais de 1.000 colaboradores espalhados em mais de 200 condomínios. O treinamento no formato presencial era muito custoso para eles e as plataformas de EaD tradicional não eram ideais para esse público.
Eu topei o desafio. Comecei a me aprofundar com os gestores e com os colaboradores para entender melhor o contexto e as dificuldades envolvidas. Criei um esboço inicial da idéia que foi sendo validado e atualizado junto com o cliente até ele ficar bom o suficiente para rodarmos um piloto com um grupo de funcionários. Rodamos por 2 meses com o protótipo que se tornaria o Lira Edu. O nome veio das iniciais de Lição Rápida, que foi a forma que encontramos de tornar o aprendizado mais leve e aumentar a retenção do conhecimento.
O piloto foi um sucesso e virou até matéria na Pequenas Empresas Grandes Negócios. Utilizar um aplicativo web responsivo que rodava em qualquer disposivito sem necessidade de baixar nada tornou os treinamentos muito mais acessíveis. Os rankings, pontuações e prêmios aumentaram o engajamento e a adesão dos colaboradores. E o formato de Lições Rápidas baseado em micro-aprendizagem e elementos interativos tornou o aprendizado muito mais fácil. O conceito estava validado.

Com os resultados alcançados eu percebi que a solução poderia ajudar outras empresas e profissionais. Decidi então sair da consultoria e focar em melhorar o produto e conseguir novos clientes. Hoje, pouco mais de 1 ano desde o piloto, o Lira Edu já ajudou a capacitar mais de 1.000 profissionais, fomentou uma campanha de combate ao câncer de mama e tem crescido cada vez mais junto com seus parceiros e clientes.
Com certeza o Lira foi minha maior realização profissional e também a maneira que eu encontrei de unir minhas paixões e ajudar as pessoas.
Espero que você tenha gostado desse post, e se você também se interessa por tecnologia e gamificação, me chama no LinkedIn ou no Twitter pra gente bater um papo.